Advogada Catta-Preta precisa de ótimo(a) defensor(a)!

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Ninguém me tira da cabeça que a Doutora Beatriz Catta-Preta foi obrigada a fechar às pressas seu escritório em São Paulo, abandonar sua rica clientela, até abdicar da advocacia e “fugir” para Miami (EUA), compelida por colegas criminalistas bem mais matreiros e famosos do que ela, também defendendo uma penca de clientes escroques já presos e sendo processados pela Operação Lava Jato.

Para ser sincero, nunca tinha ouvido falar nessa senhora. Soube pela mídia que se casou com um cliente, após livrá-lo da cadeia, indiciado por pesada treta criminosa. Até aí, problema deles. As dúvidas que pairam esse estranho comportamento é que são inúmeras. Estranhas e pouco convincentes…

Com o avanço das investigações da Lava Jato, dezenas de saqueadores dos dinheiros da Petrobras – extorsionários uns e simples dilapidaroes de cofres oficiais outros – entre políticos, funcionários, fornecedores e familiares, começaram a ser presos. Entre eles, verdadeiros “tubarões”, inatingíveis até bem pouco tempo.

Doutora Catta-Preta surgiu como defensora de um “mão leve” de alto coturno e, em pouco tempo, já era constituinte de outros oito, a quem convenceu utilizarem do novíssimo instrumento jurídico entre nós da “delação premiada”, para terem suas penas reduzidas. Para tanto, deveriam contar toda a verdade sobre a corrupção e a bilionária ladroagem, relatando tudo, tudo e, pior, dando “nomes aos bois”…

Importante esclarecer que para convencer um criminoso a mudar de lado, não é necessário que o(a) advogado(a) seja nenhum(a) sumidade. Muito menos precisa elaborar qualquer brilhante arrazoado jurídico. Basta que o rábula demonstre aos investigadores que seu cliente deseja “dedurar” (colaborar) em troca de certas regalias e isso, de imediato, é levado à consideração do juiz da causa. E, dependendo da “qualidade da informação” que possa desestruturar uma organização criminosa, isso é aceito.

Com vários delatores na sua carteira de clientes, Doutora Catta-Preta foi enchendo sua frasqueira com alguns milhõezinhos de reais… Tanta grana que jamais tenha sido sonhada por ela, na sua discreta e modesta carreira de 18 anos como criminalista. E, em poucos meses de atuação na Lapa Jato – fala-se nos meios jurídicos – ela amealhou o equivalente a dois ou três prêmios de super Mega Senas sozinha…

Passou, então, a ser combatida pelos próprios colegas advogados. Teria sido até repudiada e repreendida por alguns mais famosos, pois as delações de seus clientes passaram a prejudicar a concorrência, na sua linha de defesa, e complicar ainda mais a vida de muitos figurões ainda presos. Soma-se a isso a ciumeira de uma jovem querendo ingressar “a forceps” no tão fechado e rico clube dos criminalistas mais concorridos do país…

 

Com essa espantosa virada de mesa e milionária arrecadação de honorários, Doutora Beatriz Catta-Preta e seu marido – que era quem cuidava do valor dos honorários de suas causas – nem mais precisariam trabalhar. Dizem que desde outubro do ano passado, resolveram mudar de vida, viver de papo pro ar. Tanto que em outubro, montaram em Coral Gables, Miami (EUA), uma empresa de assessoria (!?), onde fixariam residência, em definitivo, com os filhos pequenos e levariam a vida de verdadeiros nababos… Surpreendente: ela abdicou até da condição de advogada…

Para sua escapada aos States teria de haver um “gran finale” que justificasse essa partida tão repentida, porém adredemente planejada. Foi aí que ela teria batido com a cabeça na trave, na entrevista exclusiva que concedeu ao Jornal Nacional, ao repórter Cesar Tralli. Não demonstrando nenhuma tarimba e pouco afeita às entrevistas, Dra. Catta-Preta lançou a pecha sobre todos os parlamentares que votaram pela sua ida à CPI da Petrobras de “perseguidores e ameaçadores à íntegridade física de sua família”.

Se ela imaginava sair de cena como simples e grande vítima, ultrajada, amedrontada, preocupada com as crianças e a família, escorregou no Código Penal, mergulhou de cara no Regimento Interno da Câmara dos Deputados e acabou agarrada pelas prerrogativas de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Agora, terá de comparecer ali e explicar, tim-tim por tim-tim toda essa história ou estória de ameaças, perseguições, revelando o nome do deputado que a teria intimidado ordenado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha.

Todos os advogados têm suas garantias constitucionais para o normal e exemplar exercício da profissão. O que não podem é faltar com a verdade e, muito menos, fazer falsas comunicações de crimes. Neste momento, Doutora Beatriz Catta-Preta está necessitando, mais do que nunca, de um(a) bom(a) advogado(a) que a oriente e defenda dessa terrível encrenca em que se meteu.

 

Afanasio Jazadji – jornalista há 50 anos, foi deputado estadual em SP por 20 anos consecutivos, onde idealizou o Resgate dos Bombeiros e acabou com as “chapas frias” usadas pelos carros oficiais da Assembleia Legislativa. Também fechou uma sauna com massagista exclusiva para o uso de deputados que havia no Palácio “9 de Julho”. Como radialista, em Setembro de 1980, em seu programa pela Rádio Globo de S. Paulo, foi quem criou o Disque Denúncia.

 

 

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