A POLÊMICA ESTÁTUA DO BORBA GATO
O bom, na profissão de jornalista, é que logo de cara você faz um relacionamento enorme e isso acaba ajudando mais tarde. Conheci e entrevistei artistas, políticos, empresários, jogadores de futebol. Um dos artistas, de quem fiquei amigo, foi o escultor Julio Guerra. Sotaque bem santamarense, educado, terno, figura muito doce. Conheci o Julio quando fui fazer uma matéria para a Gazeta de Santo Amaro sobre a estátua do Borba Gato, um bandeirante paulista. A obra estava bem no comecinho e ele trabalhava em sua própria casa, na avenida João Dias.
Ele sofreu muitas criticas, e ficava muito chateado quando chamavam a estátua de “monstrengo”. A verdade é que foi uma obra bem diferente de todas as outras que o Julio havia feito. Propositadamente bem alta, para chamar a atenção. 13 metros de altura e 20 toneladas. Usou barro, gesso, pedras coloridas, concreto e armação de ferro.
Marca a entrada do bairro de Santo Amaro e até hoje é motivo de discussão entre os que são contra e os que são a favor. É polêmica. Mas o que o Julio queria, mesmo, conseguiu: a estátua virou referência do bairro e está sempre em jornais, revistas e televisão Foi erguida em 1962. Tem pose de quem protege Santo Amaro. Virou referência de quem procura o bairro.
Julio Guerra nasceu em Santo Amaro no dia 20 de janeiro de 1912 e faleceu em 21 de janeiro de 2001, com 89 anos.
A Mãe Preta, no Largo do Paissandú, é outra obra emblemática, magnífica e eterna de Júlio Guerra. Foi feita para as comemorações do IV Centenário de São Paulo, em 1954, e simboliza a integração de raças.
Ele também pintou Santo Amaro antigo e os quadros, hoje, são muito disputados. Tenho vários. Quem o conheceu sabe que ele não gostava de vender seus quadros. Dava, como presente, para quem admirava a sua obra e se relacionava com ele de alguma forma. E eu fui um dos privilegiados.
Fausto,
opinião sobre arte sempre causa muita polêmica.
Se observarmos as várias manifestações artísticas, desde sempre, haverá muitas semelhanças com o Borba Gato do Julio Guerra.
Talvez não estejamos vivos mas, ele poderá ser resgatado como um…cult.
Não foi assim com o Zé do Caixão? com o Odair José?
Abraços do
Mário Rubial
Fausto te conheci junto com o Diogenes Correa Dorta. Era muito amiga do Armando Prado da Gazeta e participava dos programas da Radio Sto Amaro e do teatro Paulo Eiro onde cantava….Saudades daqueles tempos bjs pra voce!