EU E MEU BARBEIRO por Kiko Campos

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Não conheço ninguém que goste de calvice. A despeito da moda das cabeças peladas, e que alguns acham até charmosas, uma vasta cabeleira é muito mais interessante.

 

Corroboram minha tese as imensas pesquisas da indústria farmacêutica em drogas capazes de impedir queda e ressuscitar cabelos e o espantoso crescimento das clínicas de implantes.

 

Minha queda de cabelo começou há alguns anos e agora parece que cessou, mas ganhei um certo vão livre, estilo MASP, no topo da cabeça: a popular bunda de mandril. Já me incomodou mais, contudo como o que não tem remédio remediado está, toco a vida.

 

Procuro manter o cabelo curto, que me parece a melhor forma de disfarce, todavia em função de viagens, falta de tempo e preguiça meus cabelos, os que restaram claro, estão um pouco longos. Procuro meu barbeiro. Sou de época em que homem cortava cabelo no barbeiro. Cabeleireiro era coisa exclusiva de mulheres. Os tempos mudaram, mas ainda corto cabelo no barbeiro que, no meu caso, é um simpático e falante português. Adentro ao salão, após um exaustivo dia de trabalho, e a simpatia cumprimenta-me saindo com essa:

 

– Faz tempo que aqui não vens, estás a parecer o Bozo.

 

– E tu devias ser psicólogo. Vai pra p.q.p.

 

Estou procurando um novo barbeiro.

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