Escrevo esta crônica no dia 19 de janeiro. De 2016, claro.
Liguei para minha amiga Sandra Galli que hoje faz aniversário. Uns 20 aninhos, rsrsrs…
A Sandrix, como eu a chamava, foi minha colega de trabalho na Divisão das Revistas Infantis da Editora Abril, lá por volta dos anos 1980.
De uma competência assustadora. Basta dizer que ela começou a me assessorar durante minha ausência. Esquisito, eu sei. Mas eu estava viajando, e ela começou a trabalhar e a organizar minha vida na minha ausência. Pode?
Quando cheguei, após uma semana, minha vida profissional estava to-tal-men-te organizada! E ela mal me conhecia. E eu, um bagunceiro juramentado, fiquei perplexo com tanto profissionalismo.
Nesse período das Infantis da Abril, para onde fui levado pelo meu quase irmão Gerson Cury, quase todos comportavam-se como… personagens infantis. Óbvio, desenhar e escrever o Pato Donald, Mickey, Peninha – meu ídolo – Pateta, Tio Patinhas, era quase uma “incorporação”.
Quando lá cheguei, no meu aniversário, foi organizada uma comemoração. Rolava uma cervejinha, uns petiscos e muita alegria. Lá pelas oito da noite começou a me dar fome. Vi umas bandejinhas de tira-gosto quase intocadas. Mais que depressa, avancei. Comi, comi, comi. Muito gostoso. Até que, no final da festa, a surpresa! Aquilo era BONZO, uma ração para cachorros.
Quando olhei para trás, TODOS gargalhando e aplaudindo.
Num ambiente desses, as “aprontações” – termo antigo, eu sei, hoje “pegadinhas” – eram constantes.
Naqueles anos 1980 começava a Loteria Esportiva, lembram?
Pois bem, logo de cara, um apostador ganhou sozinho, um monte de dinheiro. E aí é que vem a sacanagem das “crianças” das Infantis Abril.
O Carlão, criador e ilustrador brilhante, aprontou mais uma das suas.
Fizemos o famoso bolão. Todo mundo deu um dinheirinho e a aposta estava feita.
Os mais velhinhos lembrarão: a cartela tinha 13 jogos e apostava-se no vencedor A, B ou empate. A máquina da loteca perfurava a cartela de forma que os 13 jogos tinham 13 perfurações.
O que fez Carlão? Na segunda-feira chegou bem cedinho na Abril e, sacanamente, adulterou a cartela do nosso jogo. As 13 perfurações do volante foram “remanejadas”, de forma que o resultado indicava uma cartela vencedora, conforme os resultados dos jogos.
Quando a turma começou a chegar, todos foram à sala do Carlão que estava de posse do único volante já que, naquela época, não havia o monte de cópias como nos dias de hoje.
Tensão geral!
E começa o Carlão:
Jogo 1: acertamos, 2: acertamos, 10: acertamos… Expectativa geral!
11: acertamos! 12: também! 13…Meu Deus, ACERTAMOS TUDO!
Abraços, aplausos, vivas, estamos ricos!
Até que o Carlão, na maior cara de pau, informa:
– Amigos, é apenas uma brincadeira. Continuamos na merda. – E revelou a brincadeira.
Só não apanhou porque tinha quase dois metros de altura e era forte pra cacete.
Mas foram momentos felizes, uma pausa na nossa atribulada vida profissional.
Muita saudade.
DICA DE BOTECO
Todo mundo já conhece, mas vale recomendar.
SUJINHO*, lá pertinho onde funcionava o Depto. Infantojuvenil da Abril.
Rua da Consolação X Rua Maceió. Três Sujinhos na mesmo cruzamento.
*Para os mais antigos, tem outro nome. Como este é um blog de respeito, não falarei. A não ser que o editor-chefe autorize, rsrsrs…
FRASE DE BOTECO
“Só trabalha quem não sabe fazer coisa melhor. ”
Carlito Maia
Marinho, não organizar a sua mesa e vida profissional era tão difícil qto não de admirar e adorar! Meu primeiro chefe e amigo nos meus 28 anos de Abril! E, diga-se de passagem, os melhores!!! Todos aprendemos muito, trabalhamos muito….mas também nos divertimos a beça!!! Kkk até as nossas greves eram coisas de criança… Lembra? Greve do apito, do vermelho…ETA tempo bao !!! E acabavamos o dia com o Chico no Old Spaghetti..qta ideia boa tivemos por lá…SDS disso tudo! Bj e obrigada pelo carinho e pelos elogios..éramos todos um graaaande time.
Sandrix,
elogios exagerados. Saudadona.
Beijos do
Marinho