EDUCAÇÃO X ENSINO por Carol Arantes

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Não é de hoje que testemunhamos agressões a professores e conhecemos os mais tristes relatos desses profissionais tão mal reconhecidos e remunerados. O que deveria ser a base de qualquer sociedade bem alicerçada, a fragilidade exposta aqui no nosso Brasil assusta.
Há poucos dias, uma professora de Santa Catarina sentiu a violência em sua forma literal. Agredida por um aluno que se recusou a atender seu pedido, acabou levando um soco no rosto. “Estou dilacerada”, afirmou. Num primeiro momento, a indignação é o sentimento que experimentamos quase instintivamente. E como é de praxe, numa história que causa comoção nacional, a imprensa logo expõe a fundo o quão frágil e delicado, pra não dizer assustador e preocupante, são os motivos. De um lado, um menino de 15 anos, que sofre violência doméstica e chegou a agredir a própria mãe. Vítima de um lar violento e de um pai abusivo, esse adolescente é fruto do meio, o que não justifica de maneira nenhuma a agressão à professora. Quanto à educadora, conhecida nas redes sociais por fazer apologia aos militares e à violência, a favor de um certo partido político, elogiando a menina que jogou ovo no presidenciável Bolsonaro… Pronto, temos aqui um cenário desastroso. A conduta da professora em sala de aula dividiu a sociedade: uns justificam a agressão, baseados na postura da professora, outros condenam o menor, chamando-o de delinquente. E as duas realidades são bem desanimadoras.
Escola sem partido seria a solução? Acredito que qualquer instituição de ensino deveria ser livre de doutrinação política. No mundo de hoje, muitas crianças são órfãs de educação, porque os pais precisam trabalhar muito e deixam para a escola o papel que lhes cabe. Sem qualquer parâmetro, e senso crítico, essas crianças tomam como verdadeiro o que absorvem desses professores, muitas vezes mal preparados e mal intencionados. Prova disso são as recentes mobilizações, com atos violentos praticados por esses jovens que militam por uma causa que pouco conhecem, apenas para satisfazer seus doutrinadores travestidos de professores.
Pobre juventude vazia, pobre Brasil. Se nada for feito para melhorar nossa educação, o nosso futuro jamais será promissor.

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