Verão: alegria de uns, pesadelo de outros

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O que sempre me incomoda e muito é a falta de educação. E morando em cidade turística fica mais evidente o quanto as pessoas se preocupam cada vez menos com o próximo e com o ambiente em que vivem. Hoje, nas redes sociais, circulou um vídeo feito pelos pescadores de Praia Grande, no litoral de SP, mostrando o resultado de um fim de semana de sol na estância balneária mais frequentada do país. Lixo e mais lixo no lugar de camarões e peixes.

É lamentável que tenhamos evoluído tanto em alguns aspectos como a medicina e a tecnologia e regredido em algo primordial para nossa existência: a preservação e respeito pelo meio ambiente. Afinal é dele que dependemos para continuar vivendo.

O impacto causado pela falta de consciência dos visitantes locais causa prejuízos sem precedentes. Moradores e pessoas que dependem do mar para tirar seu sustento se mobilizaram para recolher resíduos deixados pelos turistas, que não tem o menor comprometimento e respeito pela cidade que visitam, muito menos pelas vidas que colocam em risco.
Som alto, desperdício de água, mercados sujos com produtos violados, ruas extremamente imundas são reflexo do hábito irresponsável de alguns turistas, que o cidadão praiagrandense pode experimentar anualmente no verão. E isso se estende por todo o litoral.
Conscientização é algo que podemos conseguir através de campanhas institucionais? Particularmente acredito que não. Porque chegamos num ponto onde é impossível cobrar respeito de quem não tem a menor noção do que isso seja. Se uma pessoa vive em sociedade totalmente descomprometida com o limite que deveria respeitar, como será que isso pode ser imposto? Através de multas? Ah, quando dói no bolso costuma funcionar. Mas aparentemente nem isso tem surtido qualquer efeito, já que me parece que as pessoas andam totalmente alheias a qualquer regra social.
Para mim, tudo isso se resume a educação. E não se trata de educação em escola, mas educação de pais para filhos. Impor limites, ensinar sobre respeito e regras sociais é papel que cabe integralmente aos pais. Já que somos responsáveis por quem colocamos no mundo. E esses valores carregamos para a nossas vidas em todas as atitudes em qualquer fase.
Podemos observar em vários episódios do nosso dia a dia o quanto a educação anda precária; a minoria dos motoristas dá preferência para pedestres em faixas; nos ônibus ou metrôs, poucas pessoas respeitam o assento preferencial; até um habitual bom dia, boa tarde ou boa noite tornou-se extremamente raro. Caminhamos para uma existência precária se continuarmos assim.
É essencial que façamos a nossa parte. Se não é possível mudar a sociedade que vivemos hoje, podemos investir no futuro que está aí: as crianças. Elas são as sementes vivas da esperança de retomarmos as rédeas da nossa evolução.

 

Foto: divulgação em rede social

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