STARTUP LANÇA SERVIÇO DE BICICLETAS SEM ESTAÇÕES EM SÃO PAULO

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2021

Yellow irá disponibilizar 20 mil bicicletas nas ruas da cidade nas próximas semanas; usuário poderá pegar e estacionar veículo em qualquer local

Na manhã desta quinta-feira (02/08), 500 bicicletas amarelas foram disponibilizadas para uso em ruas das regiões da Faria Lima e Vila Olímpia, em São Paulo. A ação marca o início das operações da startup Yellow, fundada por Eduardo Musa, ex-CEO da Caloi, Ariel Lambrecht e Renato Freitas – ambos fundadores do aplicativo de serviço de táxi 99.

Sem estações fixas, as bicicletas poderão ser retiradas e estacionadas em qualquer lugar. Monitoradas por GPS, funcionarão através do sistema dockless (autotrava), sendo liberadas pelo usuário no aplicativo da Yellow. Será cobrado R$ 1 para cada quinze minutos de uso e R$ 2, por 25 minutos. Trata-se do primeiro serviço de compartilhamento de bicicletas deste tipo na cidade de São Paulo. Segundo Eduardo Musa, CEO da Yellow, foram investidos R$ 50 milhões para lançar a startup.

A intenção da empresa é oferecer um serviço que complemente o transporte em  deslocamentos diários pela cidade. “Não temos como fazer mais rua, gerar mais espaço para carro, portanto, precisamos buscar soluções urbanas alternativas”, diz Musa. Por esta razão, além das bicicletas, a Yellow também lançará um serviço de patinetes elétricos (scooter sharing) na próxima segunda-feira (06/08).

Compartilhamento de bicicletas
Segundo Musa, a operação das bicicletas foi estruturada em parceria com a Prefeitura de São Paulo e segue a nova regulamentação de uso de dados de usuários, bem como a legislação de trânsito. Se uma bicicleta estiver parada em um local inadequado, obstruindo a circulação de pedestres, por exemplo, é responsabilidade da Yellow retirá-la dali. A ação deve ser realizada em até dois dias. Do contrário, empresa poderá ser multada.

O projeto da startup é disponibilizar as bicicletas nas ruas de fora gradual. Nas próximas duas semanas, as bikes que saírem do perímetro inicial delimitado pela Yellow na Zona Oeste de São Paulo serão buscadas pela empresa. A partir do dia 16 de agosto, a empresa inicia o que chama de “deploy”,  colocando 1,5 mil bikes por dia até atingir o número previsto de 20 mil espalhadas pela cidade. O plano é disponibilizar 100 mil bicicletas até 2019.

Dar escala logo de início é fundamental para sustentar a operação, segundo Musa. “A experiência em serviços de compartilhamento de bikes em outros lugares do mundo mostrou que começar uma operação com 100 ou 200 bicicletas não funciona. Em Manchester, por exemplo, as pessoas pegaram as bicicletas para si.” Com um maior número disponível, segundo o executivo, fica fácil de encontrar uma bike e não é atrativo para um usuário “confiscar” alguma. Em países como a China, o fracasso de operações de bike-sharing, na opinião de Musa, deveu-se à falta de regulamentação e ao número excessivo de empresas em operação.

Roubo e manutenção   
Uma das perguntas mais frequentes envolvendo a operação da Yellow está relacionada a possíveis roubos das bicicletas. A resposta, para os fundadores da startup, está na própria bicicleta. Fabricada na Zona Franca de Manaus, a bicicleta possui parafusos e porcas “antiroubo”, que não permitem encaixe de uma ferramenta para desmontagem.

Não é feita em alumínio, mas em aço, o que diminui significativamente o valor obtido em reciclagem, segundo Ariel Lambrecht. Também há um apito sonoro toda vez que ela é tocada. Além disso, as peças da bicicleta da Yellow não se encaixam em outras disponíveis no mercado e o veículo é rastreável pela empresa. “A gente sabe, por exemplo, dizer se a bicicleta está sendo transportada em um carro, em vez de estar sendo pedalada.”

Segundo o executivo, a bicicleta também tem “elementos especiais” para poder permanecer na rua – diminuindo sua danificação e corrosão em casos de chuva, por exemplo. O pneu não têm câmara, ou seja, não murcha. A corrente não precisa de lubrificação e o fundo da cesta possui um painel solar que alimenta a bateria do cadeado. O cadeado é destravado pelo aplicativo na hora do uso e travado manualmente quando o deslocamento terminar.

Bagunça?
Nos últimos meses, vídeos em várias partes do mundo mostraram o caos causado pela chegada de serviços de bike-sharing. Para evitar a desordem no espaço público, a Yellow terá funcionários nas ruas mapeando as bicicletas, redistribuindo-as onde há maior demanda, retirando veículos que estiverem obstruindo calçadas e realizando pequenas manutenções. “Durante o piloto, teremos um funcionário para cada sete bicicletas disponíveis”, diz Musa. Dos 110 funcionários atuais da Yellow, 70 formam essa equipe de rua chamada de “Guardiões”. São pessoas que estavam desempregadas e foram recrutadas em comunidades paulistanas pela ONG Aromeiazero.

A empresa também distribuirá cartilhas indicando a melhor forma de se locomover de bicicleta na cidade, bem como recomendações para estacionar o veículo. No futuro, segundo Ariel Lambrecht, a Yellow pretende premiar aqueles usuários que auxiliarem a operação. “Mudar o comportamento das pessoas não é algo fácil. Queremos ter um sistema de bonificação para quem, por exemplo, reportar o uso de um cadeado pessoal em uma Yellow ou avisar que uma bicicleta foi deixada em local pouco acessível”, diz o executivo.

A empresa afirma que espera que o novo serviço estimule a prefeitura a criar novas ciclofaixas e uma estrutura que dê apoio às bicicletas. Presente no evento desta quinta-feira, o vereador Police Neto afirmou que o prefeito Bruno Covas irá divulgar nesta semana o plano de acrescentar 1000 quilômetros à rede cicloviária da cidade nos próximos dois anos e meio.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2018/08/startup-lanca-servico-de-bicicletas-sem-estacoes-em-sao-paulo.html

Foto: Bárbara Bigarelli

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