Na vida em sociedade, tensões e conflitos são coisas naturais. Porém, lidar com as contradições diárias não é tarefa simples, especialmente em uma realidade na qual “ser feliz e ter sucesso” tornaram-se imperativos, restando a quem não consegue se enquadrar nesse modelo de vida uma permanente sensação de desajuste, além da tristeza e inúmeras frustrações. É certo que uma vida sem qualquer sofrimento não faz parte do mundo real, mas nem todos têm estrutura emocional para suportar o sofrimento, e por isso são necessários ajustes.
Quando se fala em ajustes, fala-se, na verdade em saúde mental, fator determinante também para o equilíbrio físico a fim de que seja possível o convívio social saudável, com relações harmoniosas, apesar das diferenças, e para que o indivíduo seja capaz de viver bem consigo e coletivamente.
Atenta à necessidade de chamar a atenção pública para a importância da reflexão a respeito das questões relacionadas aos transtornos psiquiátricos e psicológicos, no ano de 1992 a World Federation for Mental Health criou o Dia Internacional da Saúde Mental, celebrado, desde então, em 10 de outubro.
A saúde mental ultrapassa as divisas; supera obstáculos, sejam políticos, sócio-econômicos ou culturais; há muito preconceito e sofrimentos de outras ordens sendo causados às pessoas que passam a ser estigmatizadas justamente por estarem no grupo dos que têm transtornos psiquiátricos – tudo isso mais do que justifica a importância e relevância da data.
Além disso, conforme alerta a Organização Mundial da Saúde, são cerca de 340 milhões de pessoas que sofrem de depressão em todo o mundo, e 264 milhões de pessoas sofrem com transtornos de ansiedade. A OMS estima que anualmente ocorra uma perda econômica de US$ 1 trilhão para o mundo como consequência dos transtornos mentais.