SÃO PAULO: UMA CIDADE DE AUTOS, ALTOS E BAIXOS. OU COMO FAZER A DIGESTÃO por Mário Rubial

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1874

São Paulo tem oito milhões de veículos. Se somarmos mais uns dois milhões das cidades próximas que nos visitam diariamente, temos algo em torno de dez milhões.

Claro está que não dá para conviver com esse caos. E que, cada vez mais, o transporte coletivo deve ser incentivado e incrementado.

O que não dá para fazer, e este é o grande problema do atual prefeito, é implementar medidas restritivas aos veículos “4 patas” de uma só vez. Com a criação das faixas de ônibus, necessárias sim, e das ciclovias, foram surrupiados mais da metade do antigo espaço. É o mesmo que uma pessoa que calça tamanho 44, tentar enfiar os pés num sapato 35!  Ou um gordinho que veste cueca 56, tentar entrar numa de número 34!  É possível?

Além do mais, acho que o prefeito odeia quem deu certo. Ele não suporta os que conseguiram comprar um bom carro. Por esse motivo, observem, ele faz de tudo para infernizar a vida de quem tem um automóvel. Reparem na sincronização dos semáforos. Ou, des-sin-cro-ni-za-ção. Numa avenida, quando um semáforo abre, há de se supor que o próximo esteja aberto. Engano! Na cidade do Haddad, o Fernando, é justamente o contrário. Como numa “pegadinha”, o semáforo se fecha! E por aí vai. Mas não termina por aí: Fernando, o Haddad, investiu fortemente na deterioração das nossas ruas. Observem nossas queridas crateras. São dezenas, centenas, milhares…! E de vez em quando, as Administrações Regionais cometem a imprudência de taparem. Sim, eu disse imprudência. Pois é tanta a incompetência, que o remendo vira uma lombada. E fica assim: ou você cai num buraco, ou levanta voo numa lombada. Desculpem cariocas, mas o Corcovado é aqui. Ou melhor dizendo: os Corcovados! É corcova para tudo quanto é lado.

Mas nada como a criatividade.

Conto uma historinha.

Moro na Chácara Santo Antonio, aqui em Sampa. Frequento um boteco que faz aquele almocinho tradicional: 2ª feira Virado à paulista; 3ª Dobradinha; 4ª Feijuca e assim segue aquele trivial paulistano. Tudo muuuiiitooo simples. Mas honesto. Tocado pela família. Severino cuida do balcão e de servir as mesas, Dona Carmem, sua esposa, cuida da cozinha, junto com a filha Cida e a sobrinha Nena.

A feijuca, é, na minha opinião, a 2ª melhor do Brasil. Porque a 1ª, é a da D. Cris, minha patroinha.

Semanalmente levo alguns amigos para o almoço, principalmente no dia da feijuca.

Na última vez, fui com meus amigos Sérgio Paiva e Maru. Foi uma esbórnia. Os dois comeram tanto que mal conseguiam levantar da mesa. E começam os lamentos:

– Caramba, exagerei – resmunga o Sérgio.

– Não vou conseguir andar – emenda o Maru.

Intervenho:

– Não se preocupem. Resolvo o problema com o método Ferdad. Desculpem, Fernando Haddad.

– Que porra é isso? – fala o Sérgio.

– Venham comigo. Entrem no meu carro. Em cinco minutos vocês farão a digestão.

Perplexidade!

Rodei pelas ruas da Chácara Santo Antonio. Com seus buracos e corcovas. O carro subia e descia, subia e descia, subia e descia… pronto!

Voltamos ao bar do Severino. Todos aliviados e com a digestão feita. Quase que dispostos a mais uma feijoada.

Vivas, aplausos para o método Haddafer, digo Fernando Haddad.

E foi assim que descobri uma utilidade para a gestão do nosso frepeito… defeito…desculpem a confusão, prefeito Fernando Haddad.

E como dizia vovó: “O limão é azedo? Não se preocupe: faça do limão uma limonada!”.

Gordos do Brasil: Venham a São Paulo. Andem de carro e… emagreçam!

E por falar no Severino, anotem o endereço:

Rua Antonio das Chagas, 773, Chácara Santo Antonio.

E não reparem na simplicidade. É o espaço mais democrático que conheço. É frequentado por empresários, pedreiros, profissionais liberais, professores, pintores de parede, jornalistas, publicitários e até mentirosos. Aliás, esses últimos são os que mais têm.

Confiram.

FRASE DE BOTECO

“Quando um chato diz: ‘Eu vou embora’, que presença de espírito! ”.( Millôr Fernandes)

Mário Rubial é Jornalista e Escritor

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