Boteco do Severino. Papo com os amigos, cervejota gelada e muitas, muitas histórias. Afinal, pra que serve um boteco?
Chega o Paulinho Schiavo, do alto do seu metro e meio, arreliando todo mundo. Tira sarro de um, de outro, até que chega o Maurinho Guerrelhas e diz:
– Paulinho só cresce depois da 3ª cerveja. Só assim ele fica alto!
E rola papo. Vai de política, Dilma e Lula – ops, desculpem – futebol, música e chega o Marquinho Casari com seu inconfundível chapéu Panamá.
Somos amigos e publicitários desde…é melhor nem falar, rsrsrs…
E por causa disso, e também por isso, curtimos alguns temas. Carros antigos, por exemplo.
Conto ao meu amigo que meu primeiro carro foi um Buick 1953. Sim, o velho Buicão de tantas glórias. Presente de minha mãe, quando fiz 18 anos em 1962.
Era conversível, sucesso na época. Tinha um baita carro, mas grana para gasolina…nem pensar. Conseguia uns trocados com pequenos serviços.
Chegava no posto de gasolina e pedia ao frentista uns… dois litros de gasolina. Tipo 5 reais de hoje. O suficiente para dar uma volta no quarteirão e me exibir para as garotas, e só!
O Buicão era uma jamanta com motor de 8 cilindros. Bebia mais do que o Vinícius de Moraes e Baden Powell quando fizeram os maravilhosos afrosambas.
Naquela época, não havia direção hidráulica. Ou, pelo menos, não era comum. E o meu Buicão era uma tragédia para manobrar. Devia pesar umas duas toneladas. Acho que cheguei até meus 71 anos, por causa de tanto “exercício”!
Mas o Buicão chegou ao fim. Fundiu o motor. O carro, que valia na época uns 1.700,00 dinheiros, foi vendido a um mecânico por 100,00 dinheiros. Só a retífica do motor, custava 1.500,00.
E como ocorreu o óbito do pobre Buicão?
Explico:
Um delicado caminhão FNM (FENEMÊ) – para os mais velhinhos– “encostou” na traseira do Buicão. O estrago nem foi tão grande. Mas o “moderníssimo” carro era cheio de frescuras. Todo elétrico.
A capota descia e subia por um simples toque de botão; o banco da frente deslizava para frente e para traz. E mais outras viadagens da época.
Acontece que a porrada na traseira mexeu com o painel. Ficava assim:
Se o ponteiro do combustível ficava no meio, era porque o tanque estava vazio. Se o ponteiro da temperatura estacionava no 1/4, era porque o motor estava superaquecido.
E nesse momento, chegam da Itália alguns parentes.
Minha mãe, sempre prestativa, me fala:
– Filho, o Giuseppe está chegando ao Brasil na próxima semana. Vem com a família. Você poderia emprestar seu carro, não é mesmo? Apenas duas semanas.
Concordei.
Recebo o Beppo com a família, em pleno mês de janeiro. Um baita calor.
Digo ao Beppo:
– Beppo, attenzione com questa macchina. E passei a explicar os “probleminhas” decorrentes do affaire com o FNM.
Devolve o Beppo:
– Senza paura, amico.
E o que aconteceu?
O puto do Beppo não prestou atenção no ponteiro da temperatura, e fundiu o motor do Buicão.
E eu demorei mais uns dois anos para juntar dinheiro e comprar um Fusca 62.
Não era conversível, nem chamava a atenção. Mas nunca me deixou na mão.
Por isso, digo até hoje:
– Beppo! Pernacchia figliolo duna putana!
Por falar em italiano, recomendo:
La Quottidiana
Rua Dr. Jesuíno Maciel, 710
Campo Belo
Tel.: (11) 5093-0773
Vá de Tagliolini com frutos do mar.
FRASE DE BOTECO
“Um gênio inventou a bebida. Outro gênio disse que beber faz mal à saúde.
Eis aí a verdadeira incompatibilidade de gênios. ”
Flávio Conti
Muito legal esses encontros às sextas-feiras. E agora estamos ficando famosos. Rsrsrsrsr. Obrigado Marinho. Suas histórias são sensacionais. Grande abraço!
Marinho mais uma bela historia mais um dia leve uma trena ou melhor pede para
o jura e veja qtos. metros de altura tem o BAIXINHO DE CACHOEIRA PAULISTA.
ABRAÇOS
E viva o botequim!
o que seria da nossa vida sem os botequins?
o que seria da nossa vida sem os botequins?
Mário