DOMINGO ALZUGARAY por Mário Rubial

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Ontem pela manhã, folheando o jornal, li a notícia da morte de Domingo Alzugaray.

Foi meu primeiro diretor na Editora Abril. Já contei uma passagem onde cito seu nome.

Quando comecei na Abril, em 1967, fui trabalhar com Eduardo Manso, na época assistente do Domingo.

Nunca tive proximidade com o Domingo, mas tive uma rápida passagem me marcou até os dias de hoje.

Estava eu trabalhando no 9º andar da Rua João Adolfo, 118. Eduardo havia saído para um compromisso externo e eu fiquei cuidando de alguma coisa, que agora não lembro.

Lembro sim, que estava com o saco cheio por algum motivo e, provavelmente, minha cara devia estar horrível.

Entra o Domingo na sala procurando o Eduardo.

– Eduardo saiu para um compromisso externo. Posso ajudá-lo?

– Poderia, disse o Domingo. Se você não estivesse tão péssimo. O que houve?

Meio envergonhado, relatei o meu pequeno problema, que para dizer a verdade, nem lembro.

E aí vem a sabedoria do Domingo, que jamais esqueci.

– Mário, se você não tem nada urgente para fazer e que possa transferir para outro dia, saia para dar uma volta. Vá a um cinema, dê uma olhada nas vitrines. Você ficará muito melhor.

Virou as costas e voltou para sua sala.

Por alguns segundos, pensei que fosse uma “pegadinha”, mas segui o conselho.

Horas depois volto para minha mesa, totalmente refeito.

Entra Domingo:

– Opa, agora você está com uma ótima aparência. Viu como funciona?

Ao longo de minha carreira profissional, tive  a oportunidade de chefiar muitas pessoas. E usei o método do Domingo Alzugaray.

Funciona.

Que descanse em paz.

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