CACHACEIROS: BOA NOTÍCIA! por Mário Rubial

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Recebi do meu amigo Gilberto Martins Costa Filho, o Giba, vídeo de uma matéria veiculada na Band Notícias.

O assunto não poderia ser mais gratificante para os botequeiros, sempre pejorativamente chamados de cachaceiros.

O Governo Federal passa a reconhecer, como profissão, o sommelier de cachaça ou cachacier.

E estamos avançando. Um dos canais da Globo News apresenta, periodicamente, o programa Bendita Marvada. Sim, sobre ela!

Lembro de uma história interessante que, sinceramente, não lembro se já contei.

Lá pelos anos 70, eu trabalhava na Editora Abril, Departamento de Produção Publicitária. Era o supervisor e minha função, controlar e administrar os anúncios vendidos para as várias revistas do portfólio.

Meu chefe era um italiano muito engraçado chamado Francesco Bitetto. Logo ficamos amigos. Ambos gostávamos de comer bem e beber, mais ainda.

Bitetto tinha uma incrível predileção pela cachaça. E os coroas lembrarão: muito mais que hoje, a cachaça era vilipendiada, esculhambada, avacalhada. É desse tempo a expressão: CACHACEIRO!  

E o catálogo era bem restrito: 3 Fazendas, Tatuzinho e Rio Pedrense.

Bitetto não se conformava. Frequentávamos ótimos restaurantes – ganhávamos muito bem – mas Bitetto adorava a marvada.

E, em todos os restaurantes, ele pedia cachaça. Os garçons torciam o nariz e diziam que não tinha. Sabíamos, claramente, que era má vontade.

Um dia fomos ao Don Fabrizio, do querido Mario Tatini,  infelizmente morto no ano passado.

Mesma conversa. Fala Bitetto:

– Uma cachaça.

Responde o garçom:

– Não temos cachaça.

– Então me traga uma caipirinha, de pinga. Até porque naquela época, não existia caipirinha de vodka, rum…

Em seguida, milagrosamente, aparecia a caipirinha.

Bitetto não perdia a oportunidade para esculhambar o garçom, lembrando a ele que, como brasileiro, deveria ter orgulho da “santinha”.

Uma outra passagem também marcou nossas aventuras etílicas.

Fomos a uma padaria muito famosa que ficava na esquina da Rua Augusta com Estados Unidos. Acho que chamava-se Colúmbia ou algo parecido.

Fomos ao balcão e a história de sempre:

– Uma cachaça, brada Bitetto.

– Não vendemos cachaça, diz o garçom.

– Então me dê uma caipirinha.  Mesma história, nova lição de moral. Só que desta vez ele colocou a cereja no bolo.

Virou para o balconista, deu-lhe uma nota de Cr$ 50,00, e disse:

– Essa caixinha caprichada é pra você aprender que o bebedor de cachaça não é um pé rapado.

E saímos dando risada.

FRASE DE BOTECO

Não é uma frase. E sim, uma boa notícia.

Li no Estadão de sábado (07/08/21) que o Riviera, tradicional bar da Av. Paulista com a Rua da Consolação, está sendo reformado para ficar, exatamente como sempre foi. Golaço!

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