O antagonismo político no Brasil extrapolou. Direitistas e esquerdistas ou
bolsonaristas e lulistas, não têm mais limites nas agressões.
Colocam no seus pacotes de implicâncias, ódios, preconceitos, inveja e
crucificam e ofendem diariamente pessoas importantes que representam nossa
pátria.
Os da direita odeiam Chico Buarque, Caetano, Gil. Os da esquerda, odeiam
Sérgio Reis, Silvio Santos, Ratinho.
Esquerda e direita contribuíram positivamente para que o Brasil tivesse
alguma visibilidade e respeito em diversos campos.
Nem vou falar de Pelé, Villa-Lobos, Senna, Jorge Amado, Niemeyer…
A avalanche de mentiras, manipulação de informações, uso de tecnologia para
adulterar falas e outras barbaridades, estão transformando o Brasil no país
campeão mundial do ódio.
E, o que é pior, para construir nada! Ou alguém acredita que, pelo ódio, é
possível construir algo positivo?
Tento acompanhar diariamente os acontecimentos para me manter informado.
Mas confesso, está cada vez mais difícil. Vontade de vomitar, tantas são as
ofensas sem nenhum objetivo.
Como meus amigos sabem, gosto de frequentar botecos. Para mim, a verdadeira
expressão do sentimento popular. Com todas as suas características, para o
bem e para o mal, lá está a verdade das ruas, de um país. O sentimento da
elite – 30% do nosso PIB está na mão deles – não representa em nada o
pensamento do Brasilzão. É nos botecos que você toma o pulso de uma nação.
Certa noite, num determinado grupo discutia-se música. O pessoal da direita
odiando Chico Buarque, Bethânia, Vandré, Gil. Me aproximei e falei:
–Se vocês forem por essa linha, não sabendo separar arte de ideologia
política, a única coisa que restará a vocês será ouvir Don e Ravel com a
insuportável música:
EU TE AMO MEU BRASIL, EU TE AMO, MEU CORACÃO É VERDE AMARELO AZUL ANIL…
E se o ódio fosse uma commodity, estaríamos ricos!
FRASE DE BOTECO
Às vezes eu tento ser modesto. Mas aí começam a me faltar argumentos.
Muhammad Ali
