EM BUSCA DO CAPPELLETTI PERFEITO por Mário Rubial

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Continuando com minhas lembranças da bela Itália, constato que estou sentindo muita falta do cappelletti. Massa delicada que é preciso muita competência para elaborar. E não basta qualquer recheio. É aí que mora o segredo.

Recordo do melhor cappelletti que comi na minha vida, incluindo os de Bologna no restaurante Bottega Portici . Feito aqui no Brasil por um nordestino – sempre eles, maravilhosos cozinheiros – chamado José Gomes.

Zé Gomes ou Giuseppe como se autointitulava, veio com outros conterrâneos liderados pelo Elói que entre outros restaurantes trabalhou no Trastevere. O maledetto do Zé fazia o cappelletti  um por um, e eu ia buscar todos os domingos de manhã. Comprava a porção necessária para o almoço da família e acrescentava mais umas 100 gramas que ia comendo com muita volúpia no trajeto para casa. Cru mesmo. Era tão bom, mas tão saboroso, que nem precisava cozinhar.

Tempo que passa e o Zé Gomes mudava de endereço, nome do restaurante – Via Veneto, Remo e Rômulo – e eu indo atrás. Até que um dia, no último endereço perto da Rua Tito na Pompéia, encontrei tudo fechado. Ninguém sabia do paradeiro, nenhuma notícia. Resumindo: o melhor cappelletti do mundo tinha sumido sem deixar nenhuma informação. Tentei encontrar um empregado, assistente, mas nada.

Fui inclusive na origem do grupo de nordestinos que começaram a trabalhar em Sampa.

O início foi na Cantina Roma fundada em 1954. Fui até lá. Comprei na loja do restaurante. Fui para casa todo feliz. Aprontamos o almoço e… nada parecido com o cappelletti do Zé Gomes.

Alguém sabe de alguma pista?

FRASE DE BOTECO

Mangia bene, ridi spesso, ama molto.

Ditado italiano

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