Após 4 anos de confrontos, desaforos e ofensas de todos os lados, resolvi – vou tentar – falar de assuntos mais leves e, eventualmente divertidos.
Vou retornar ao que mais gosto: música, literatura e botecos.
Estou numa secura de botecos desde que começou a pandemia. Não voltei ao meu amado Rio de Janeiro e nem passei em revista os de Sampa.
E já começo peitando! Quando uso o termo Sampa, não estou me referindo à música do Caetano, com o infeliz verso “ da deselegância discreta das suas meninas…” Até porque Sampa não foi invenção do baiano. Isso começou, se bem me lembro, com a turma do Pasquim por volta de 1969/70. Começou com Belô para Belo Horizonte, Sampa para São Paulo e por aí foi. Se um dos meus dez leitores souber de alguma informação, me avise que corrijo. Aliás, nada contra Caetano com quem me reconciliei por ocasião dos 80 anos do baiano. Baita apresentação no show com os filhos. Amei e já somos amigos desde pequenos. Com um detalhe: ele nem sabe da minha existência, rsrsrs…
Mas voltando aos botecos. Estou tão saudoso que nem sei por onde começar.
Aliás já sei: meu amigo João Noro mudou para perto da Avenida Cursino onde fica, sabem o que? O Bar do seu Luiz. Não é de qualquer seu Luiz: trata-se do senhor Luiz Nozoie.
Um simpático japonês, já velhinho, mas que continua como símbolo do lugar. Auxiliado pelos filhos e netos mantém a tradição.
O bar do seu Luiz começou como uma sorveteria nos anos 60. Pouco tempo depois transformou a sorveteira em geladeira para deixar as cervejas no ponto certo para beber. Daí para encher o balcão de deliciosos petiscos, foi um pulo.
A primeira vez que fomos ao Luiz Nozoie foi por volta de 1980. Eu e Noro pegamos o carro e seguimos em busca do boteco orientado por uma dica da revista Playboy. Chegamos ao endereço e demos com a porta fechada. Mas havia barulho dentro do bar. Batemos e fomos atendidos por um simpático grupo que nos recebeu com muita alegria.
Explicaram que como era segunda feira o bar estava fechado. Um hábito do Luiz que tirava esse dia para descansar. Só que aquele grupo de fiéis frequentadores tinha a chave. O Luiz confiava nos assíduos fregueses que marcavam o que comiam e bebiam, para acertar as contas posteriormente.
Coisa de boteco “profissa”.
Eu e Noro iremos lá para conferir. Depois eu conto.
FRASE DE BOTECO
Uma feijoada só é completa quando tem ambulância de plantão.
SÉRGIO PORTO, o imortal Stanislaw Ponte Preta